Fauna Silvestre: cuidado!
Já dissemos em oportunidades anteriores, aqui neste espaço, que o PEBA, entre outras coisas funciona como local de soltura de animais silvestres, encontrados em diversos locais da cidade. Nestes casos normalmente os Bombeiros são acionados por alguém que recebeu uma visita inusitada, lá eles capturam o animal e depois procuram um lugar adequado para a soltura, e muitas vezes o PEBA é tido como o local ideal para a soltura, como já foi mostrado na edição de 15 de dezembro último.
Porém desta vez, a iniciativa foi do garoto Matheus Marion aqui de Araçatuba, e que cursa o 7º ano no Colégio Salesiano.
No dia 20 de janeiro último, ele esteve aqui com o pai, o senhor Carlos Roberto Marion, para soltar um filhote de cágado*de barbicha Phrynops geoffroanus, uma espécie que ocorre na região e até mesmo dentro da nossa cidade, é possível vê-los tomando sol até mesmo na área recém canalizada do córrego machadinho, na avenida Pompeu de Toledo.
Carlos e Matheus, ajudando a diminuir os impactos ambientais
O filhote estava perdido, caminhando a esmo por uma rua próxima ao ribeirão Baguaçu, no bairro Jardim Paulista, quando alguém ligado à família o recolheu e o levou até a casa dos Marion.
Este é o filhote, aqui dentro de uma vasilha antes da soltura
Depois de passado a novidade, a família tomou a atitude mais correta para a circunstância, que é devolver o animalzinho para a natureza, então saíram Matheus e Carlos, pai e filho, em busca de um local apropriado para tal, e foi assim que se lembraram do Parque Ecológico, esta reserva da vida selvagem no centro da cidade, e que mais uma vez teve a nobre função de abrigar mais um animal da nossa mal preservada fauna.
Já na margem do ribeirão Baguaçu, no centro da foto, totalmente camuflado.
Outro bom exemplo de que as novas gerações estão mais envolvidas com as questões ambientais, é contado pela nutricionista e auditora ambiental, Geisa Moterani, que narra uma história sobre uma senhora que trabalha com ela. De acordo com ela, esta senhora comentou que havia matado uma lagartixa, pelo medo que tem do pobre animalzinho, mas uma netinha a viu matando o bichinho e começou a chorar, a senhora sem entender o porquê indagou a criança sobre o motivo do choro, no que a criança respondeu: “É que você está matando a natureza vó".
A nutricionista e auditora credita este comportamento, como sendo reflexo do aprendizado nas creches, escolas... que com mais ou menos intensidade está chegando a uma criança, outra e mais outra, e acrescenta ainda: “este é um trabalho árduo, demorado...como todo trabalho de educação. Mas tenho fé, que esse trabalho já está produzindo grande diferença, embora ainda não esteja tão visível”.
Voltando ao caso do Matheus e do filhote de cágado, é importante ressaltar que além da postura correta de devolver o animal à natureza, a posse de animais silvestres é crime ambiental, de acordo com a lei nº 9.605 de fevereiro de 1998.
Sobre a espécie:
Concentrando-se em grande número na América do Sul, o cágado-de-barbicha é um animal de pequeno porte, que se encontra em lagos, rios, e também correntezas com baixa velocidade. Apesar da maioria dos cágados estarem em extinção, essa espécie diferencia-se principalmente pela alta resistência da poluição, especialmente as águas, garantindo muitas espécies por países como a Venezuela, o Brasil, o Chile, entre outros.
Sua alimentação consiste na dieta de folhas, frutos e também algas e demais vegetais encontrados nos rios e lagos que habitam. Contudo em épocas de seca podem perfeitamente se alimentar de moluscos, e até mesmo peixes pequenos.
O nome barbicha vem exatamente de uma combinação entre de barbelas no queixo na coloração preta, denominado assim um tipo de barba ao quelônio.Algumas membranas internas são essencialmente importantes para que o animal possa nadar com facilidade, já quando em território terrestre utiliza de suas pequenas patas, daí a dificuldade e lentidão em suas caminhadas.
Diferenças entre os quelônios
O jabuti é um réptil exclusivamente terrestre. Possui casco convexo, bem arqueado, e pernas grossas, que parecem réplicas miniaturizadas das patas dos elefantes.
As tartarugas compõem as espécies que vivem somente na água, no caso das tartarugas marinhas, que vão à praia somente para desovar, mas há também algumas espécies que ocorrem em água doce. As tartarugas possuem casco mais achatado, quando comparadas com os jabutis, e suas patas terminam na forma de nadadeiras, lembrando remos.
Os cágados são espécies semiaquáticas de água doce, e tal como as tartarugas possuem um carapaça achatada e tem os membros achatados com membranas entre os dedos que terminam em unhas, as membranas ajudam na natação, e a unhas ajudam na locomoção quando fora d'água.
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