terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Crime Ambiental


ANIMAL SILVESTRE, NÃO É BICHO DE ESTIMAÇÃO

    Muitas pessoas pensam em ter um animal em casa, um bichinho qualquer como uma ave, um gato, um cão, e algumas pessoas já pensam em ter um animal não doméstico (silvestre), por diferentes razões, desde achar que esta seria uma forma de expressar seu amor a Natureza, como principalmente para “impressionar” os amigos tendo em casa um animal exótico, diferente. Mas normalmente isto acaba incorrendo numa série de problemas.
    A Gerente de Campanhas da WSPA Brasil, (sigla em inglês para “Sociedade Mundial de Proteção Animal” www.wspabrasil.org) Ingrid Eder, diz: “muitas pessoas não fazem idéia sobre os problemas que um animal silvestre pode sofrer se não estiver inserido em seu ambiente natural, independente da origem, seja de criadores comerciais ou pelo caminho mais sórdido, o do tráfico”. Por exemplo, uma gaiola jamais poderá oferecer a uma ave todas as condições que o meio natural oferece, tal como mudanças climáticas, sazonalidade* da alimentação, e muitas outras variáveis, de tal forma que poderia até mesmo interferir na reprodução dos animais, por motivos simples, mas as vezes difíceis de serem identificados, como por exemplo o fato de um ambiente artificial não propiciar condições para que sejam desenvolvidos os “ritos da corte”, e somente este detalhe já seria suficiente para impedir o acasalamento como fazem na natureza, nos ecossistemas que ocorrem. 
    Recentemente recebemos aqui no Parque um periquito maracanã, Aratinga sp, uma espécie bastante criada em muitas casas pelo Brasil afora, porém são animais silvestres e como tal só pode ser criado mediante autorização do IBAMA, ou que o animal seja oriundo de criadouros também autorizados pelo IBAMA. De acordo com Rosilaine Ap. Barreira Gonçalves, analista ambiental do IBAMA de Araçatuba, esta autorização não é dada para ninguém que simplesmente queira ter um animal em casa, e até mesmo para que seja montado um criadouro, é necessário uma série de requios para que sejam cumpridos todos os protocolos para que tal autorização seja concedida. Esta ave estava com sinais nítidos de maus tratos e foi encaminhada para o Zoológico Municipal Dr. Flávio Leite Ribeiro de Araçatuba, sob os cuidados de Alexandre Monteiro, biólogo do zoo.

Uma gaiola muito pequena, este é um dos maus tratos à que os animais são submetidos 

Alexandre avaliando o estado em que foi lhe entregue o Periquito 

    É comum pessoas dquirirem um animal exótico e depois ter dificuldades com o manejo diário do bicho, de tal maneira que muitos deles acabam morrendo por maus tratos, por cuidados inadequados, alimentação imprópria, e etc... É comum também que muitos destes animais sejam posteriormente entregues ao zoológico, à zoonose, e até mesmo aqui no PEBA, ou ainda são simplesmente abandonados em praças, terrenos e em pequenos fragmentos de mata nas cercanias da cidade. Aliás, abandono de animais acontece muito com animais domésticos também, sobretudo com filhotes de cães e gatos, é possível encontrá-los com freqüência nos cemitérios

IMPORTANTÍSSIMO: a Lei de Crimes Ambientais, nº 9.605 / 98, Artigo 29 Matar, perseguir, caçar, apanhar, utilizar espécimes da fauna silvestre, nativos ou em rota migratória, sem a devida permissão, licença ou autorização da autoridade competente, ou em desacordo com a obtida, e em seus Parágrafos e incisos prevê pena de prisão de seis meses a um ano, além de multa para quem a desrespeitar, esta lei também dispõe sobre as diferentes situações onde a posse, o uso, o ou manejo da fauna silvestre é ilegal.

    E para complementar, ser dono o de animal silvestre não é uma atividade muito segura, entre os principais problemas estão os riscos de ataques do animal, e a transmissão de doenças como a malária, a febre amarela e várias viroses desconhecidas. Para o animal as entre os efeitos negativos, está a perda da identidade do animal em relação à sua própria espécie, a alteração do seu comportamento inato, possível depressão, e outros efeitos colaterais como obesidade, irritabilidade, enfim, problemas que ele não teria se estivesse no seu ecossistema. que pode comprometer a saúde além de possível depresão Ele pode perder a sua identidade. Pode sofrer de solidão e ter dificuldades para se reproduzir. Também sofre porque fica em espaço físico reduzido, come alimentos inapropriados e pode pegar doenças que nos seres humanos têm pouca gravidade (gripe, herpes etc.), mas que poderão ser fatais para os animais.



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