O Presente
O PEBA ganhou duas mudas de Pequi, que foram retiradas de um cerrado que está sendo desmatado na cidade de Arapuá, no estado do Mato Grosso do Sul, e quem o presenteou foi o senhor Francisco Paulo de Faria, um amigo, e que merece também o título de “amigo” do Parque, pois trouxe também alguns frutos maduros, para tentarmos fazer a germinação.
Este é o nosso amigo Paulo, com a mudas dentro da caixa
com os frutos, vamos tentar a germinação de novas plantas
O Paulo trabalha no Restaurante Bola Sete há mais de 11 anos, e sempre que pode passa pelo Parque Ecológico, que aliás faz parte do caminho que ele percorre diariamente para ir da casa ao trabalho e vice versa. Mas quando está de folga, ele leva as filhas Estéfani e Ariadne e também a esposa Vera, para "fazer" a trilha e conseguir ver e ouvir os sons dos pássaros e da cachoeira do ribeirão Baguaçu, pois é um homem do campo, nascido no interior do Mato Grosso do Sul, onde morou em fazenda até se mudar para a cidade, na adolescência, e o Parque o remete a um passado de convivência intensa com a natureza, e toda sua riqueza de recursos, que a vida urbana acaba ofuscando.
Sobre o Pequi
É uma árvore de porte médio, sendo considerada um símbolo do Cerrado, assim como o lobo guará. O Pequi, Caryocar brasiliense, tem um forte apelo cultural junto à culinária regional, cujo fruto é muito utilizado na cozinha nordestina, mato grossense, no norte de Minas, mas a identificação maior se dá com a culinária goiana.
Os frutos são consumidos cozidos, puros ou juntamente com arroz e frango, mas também pode se extrair o azeite de pequi. O fruto tem um caroço é dotado de inúmeros pequenos espinhos, sendo necessário muito cuidado ao roer o fruto, que não deve ser mordido. pois isto poderia liberar os minúsculos espinhos que poderiam se cravar na gengivas, na língua e também na parte interior das bochechas, e causariam sérios ferimentos. O sabor e o aroma dos frutos são muito marcantes e peculiares. Pode ser conservado tanto em essência quanto em conserva.
Imponente e frondoso, assim é o Pequizeiro
A florada, que acontece entre setembro e novembro
Os frutos, a parte comestível é a poupa amarela
As fotos acima foram retiradas do site http://www.arvoresbrasil.com.br/
Fonte: IBGE
No mapa acima a distribuição geográfica dos biomas* brasileiros
Numericamente ocupam as seguintes porções pelo território brasileiro:
Amazônia Cerrado
49,29 % 23,92%
Mata atlântica Caatinga
13,04% 9,92%
Pampa Pantanal
2,07% 1,76%
Conservação
O desenvolvimento do Pequizeiro é bastante lento, talvez devêssemos tomar mais cuidado com o desmatamento desenfreado de todos os nossos biomas, para evitar maiores perdas ambientais. O mapa abaixo mostra a situação de destruição do bioma Cerrado, pelo menos metade dele já foi desmatado para utilização da área com pastagens ou lavouras. O desmatamento é um processo que teve início com o "descobrimento" do Brasil, já dizimou a mata atlântica, está seguindo o mesmo caminho com o Cerrado, e também já fez grandes estragos na Amazônia, sobretudo na partes sul e leste da floresta. O desmatamento percorre os mesmos passos da colonização, isto acontece no mundo inteiro.
Portanto atitudes como a do Paulo, mostra que apesar dos números nada animadores, há pessoas buscando formas para ter uma convivência mais harmônica com os recursos naturais.
*Bioma: designa determinadas regiões que ocorrem em todos os continentes, cujas características climáticas, físicas e biológicas são bastante semelhantes, que se inter-relacionam, formando um panorama ecológico e paisagístico relativamente homogêneo.