sexta-feira, 29 de julho de 2011

Fauna

    A fauna local é composta basicamente por espécies generalistas*, mas no grupo da avifauna*, que representa no PEBA o maior número de espécies, é possível encontrar espécies extremamente exigente quanto à uma boa qualidade ambiental, tanto que entre elas está a Busarellus nigricollis, que atualmente encontra-se listada entre as espécies ameaçadas de extinção no estado de SP, de acordo com o Decreto estadual 56031/10, de 20 de julho de 2010.


Gavião Belo - Busarellus nigricollis

Udu da Coroa Azul - Momotus momota

Biguá - Phalacrocorax brasilianus

Lagarto-verde - Ameiva ameiva

Capivara - Hydrochoerus hydrochaeris



Vegetação

    A região de Araçatuba, assim como a maior parte do oeste e noroeste do Estado de São Paulo, são áreas ecotonais*, ou seja, são áreas de transição, aqui entre o Cerrado e a Mata Atlântica, dois dos biomas* mais importantes que ocorrem no continente sul americano. Então na região de Araçatuba e cidades vizinhas, é bastante comum encontrarmos encraves de cerrado em meio a uma vegetação típica da mata atlântica, com arvores de grande porte como as Perobas (Aspidosperma sp), os Jequitibás (Cariniana sp) e outras mais. A biodiversidade* nas regiões de transição é sempre maior por contemplar a fauna e a flora características de cada bioma.






Trilha

    Atualmente o sucesso da recuperação da mata do PEBA pode ser constatada “in loco”, e provavelmente a melhor maneira de sentir os benefícios que uma mata pode nos oferecer, é caminhar dentro dela, e no parque isto é possível, pois há uma trilha com aproximadamente 500m, que inicia na sede, passa pela margem do Ribeirão Baguaçu, chegando até o salto, uma pequena cachoeira, onde na época da piracema*é possível ver cardumes de pequenos peixes saltando por sobre a queda d’água para seguirem suas jornadas ribeirão acima.
                     Entrada do Parque                         Praça de Recepção

           Margem do Ribeirão Baguaçu                 Salto do Baguaçu

    Continuando a trilha, e adentrando o arvoredo, bem na parte central encontra-se um ambiente tranquilo com uma temperatura bem menor do que a que ocorre imediatamente na borda da mata, reforçando a importância da cobertura vegetal para diminuir as altas temperaturas que imperam nesta região do país na maior parte do ano.


                                                         Trilhas

    No encontro do Córrego Machadinho com o Ribeirão Baguaçu é interessante comparar visualmente as características físicas de cada um, sendo o Machadinho cristalino e o Baguaçu turvo, neste local é possível ver restos das caldeiras utilizadas pela “fábrica de sebo”.


                           Confluência do Ribeirão Baguaçu e Córrego Machadinho

    A trilha termina também na administração, onde com um olhar mais atento é possível ver um poste de madeira de uma antiga linha de energia elétrica que passava pela área, que hoje pode ser considerado um marco, um monumento ao sucesso do reflorestamento, pois a mata cresceu, evoluiu e praticamente o “engoliu”, tornando-o quase imperceptível entre as frondosas árvores.

Histório

   O PEBA foi criado pelo decreto nº3129 de 22 de novembro de 1988, e é fruto de uma luta de mais de uma década de ambientalistas locais, que combatiam a poluição causada pelo então frigorífico Mouran (antigo T Maia), onde hoje se encontra as instalações da UNIP.


    Antes do PEBA
    
    O efluente líquido* do frigorífico era despejado “in natura” no Ribeirão Baguaçu, com o aval da legislação da época, causando graves problemas de poluição na micro bacia hidrográfica* local, se não bastasse isto havia também no local uma processadora de gorduras e sebos, que utilizava o material sobrenadante do efluente que era despejado no Baguaçu. Este material (sebo) era processado em caldeiras que eram aquecidas a partir da queima de carcaças de pneus causando grande poluição do ar. 
  Este manejo dos recursos naturais do local, água e ar, sensibilizou membros da comunidade, que eram representados pelo Grupo Ecológico Baguaçu e pelo Comdema. 









  Este movimento culminou com a criação do Parque, o que se deu na prática com o plantio de mais de três mil mudas de espécies nativas, com o objetivo de reconstituir a mata que um dia houve no local.
   
    O REFLORESTAMENTO


    Hoje o Parque é todo reflorestado. Em pouco mais de uma década foram plantados mudas que na época jugava-se serem boas para o reflorestamento como árvores frutíferas para atrair animais e assim reconstruir a mata. Porém, não é bem assim. O Parque possuí inúmeras espécies de plantas exóticas como a Sete Copas além possuir espécies hoje proibidas para o reflorestamento como o João-bolão. Esta árvore possui em suas raízes alelopatia, ou seja, uma substância que impede o desenvolvimento de outras mudas próximo a ela.
    Apesar disso, o PEBA recebe visitas da comunidade para percorrerem a Trilha que possui uma mata com certas curiosidades. O excesso de mudas que se desenvolveram deram as árvores um aspecto de troncos longo e finos para sair da sombra de outras árvores em busca da luz. Por estar localizado em um região onde há pouco solo disponível para que as raízes se aprofundem devido as rochas é comum ver durante as trilhas a raízes "estourando" o solo.