Dia 22 de março, dia Mundial da Água, o mais precioso dos Recursos Naturais, substância essencial para a vida em todo o planeta, e em tempos de discussão sobre a sustentabilidade da vida, é necessário conhecermos melhor estes benditos recursos, que são dádivas da natureza, e assim reavaliarmos a maneira como estamos utilizando estes recursos, para que possamos evitar que sejam esgotados, o que poderia implicar em consequências inimagináveis para a nossa sobrevivência, assim como também para a sobrevivência de muitas outras espécies espalhadas pelos inúmeros ecossistemas da Terra.
Nesta semana que se inicia neste dia 18, a Secretaria do Meio Ambiente e Sustentabilidade (SMMAS), elaborou uma intensa programação com o objetivo de expor a discussão sobre a água. "Queremos envolver a sociedade nesta questão, para que juntos a gente consiga fazer o manejo mais coerente deste precioso recurso natural", estas foram as palavras do secretário Jorge Rozas, quando incumbiu toda a sua equipe para a realização desta semana onde diversos eventos foram programados em diferentes locais da cidade, justamente para falar à um público diverso, assim como é diversa a população humana
O PEBA está com uma programação completa, com visitas todos os dias da semana, quando receberá alunos de escolas da rede pública e privada. Nesta ocasião, a palestra de abertura não será sobre a história do Parque, e sim sobre a importância das Florestas para a manutenção das bacias hidrográficas, e como funciona o ciclo da água dentro destas bacias. Depois da palestra faremos a caminhada pela trilha, para assuntos específicos sobre ecossistemas, fauna, vegetação, ilhas de calor, enfim, o trabalho que sempre é feito quando são recebidas visitas.
Desta vez, porém, por se tratar da semana da água, as visitas se estenderão ao DAEA, para que os alunos possam conhecer detalhes do tratamento de água que é realizado, desde a captação na barragem do ribeirão Baguaçu, até a distribuição pelas adutoras que distribuem a água tratada para a maioria dos consumidores, cerca de 85% da água consumida na cidade, é originária do ribeirão Baguaçu.
Preparamos uma abordagem para falar sobre as interações entre a mata e o ciclo da água dentro da bacia hidrográfica.
BACIA HIDROGRÁFICA
Entende-se por Bacias Hidrográficas, localidades da superfície terrestre separadas topograficamente entre si, cujas áreas funcionam como receptores naturais das águas da chuva. Devido a isto, todo o volume de água captado não infiltrado é automaticamente escoado por meio de uma rede de drenagem das áreas mais altas para as mais baixas, seguindo uma hierarquia fluvial, até concentrarem-se em um único ponto, formando um rio principal.
fonte: Tech Alive
O modelo acima pode ser visto com animação, no endereço: http:// techalive.mtu.edu/meec/demo/Watershed.html
A bacia hidrográfica do ribeirão Baguaçu é uma sub-bacia do rio Tietê, situada na região oeste do Estado de São Paulo. O ribeirão Baguaçu percorre quatro municípios da região (Coroados, Birigui, Bilac e Araçatuba) sendo sua nascente localizada no município de Braúna. Com uma área de drenagem de 585,06 km², a bacia do ribeirão Baguaçu recebe efluente* de ETE´s (Estações de Tratamento de Esgoto) dos municípios de Bilac (por meio de seu tributário, o córrego Colônia) e de Araçatuba, bem como efluentes de algumas indústrias, sendo que, um grande trecho de seu percurso está inserido na zona urbana de Araçatuba. A maior parte do uso e ocupação da bacia apresenta-se explorado pela agricultura e pecuária, com pouca presença de matas ciliares, ocasionando dessa forma processos erosivos e conseqüentes assoreamentos, que aliados aos lançamentos de esgoto sanitário “in natura”, podem comprometer significativamente a qualidade das águas desse corpo hídrico. O gerenciamento dos recursos hídricos originou-se da percepção de que os ecossistemas aquáticos são essencialmente abertos, trocam energia e matéria entre si e, com os sistemas terrestres adjacentes, sofrem alterações de diferentes tipos em virtude dos usos e ocupação do solo e das atividades antropogênicas nelas desenvolvidas.
Assim, nos programas de proteção dos recursos hídricos não se deve considerar o corpo de água isoladamente, mas como integrante de um ambiente completo, que forma a sua bacia hidrográfica. As matas ciliares são “extremamente importantes para a manutenção da qualidade ambiental dos rios, funcionando como filtro, retendo poluentes que seriam carreados para o curso d’água, afetando diretamente a quantidade e a qualidade da água e, consequentemente a fauna aquática e os recursos pesqueiros.
*Efluentes: são geralmente produtos líquidos ou gasosos produzidos por indústrias ou resultante dos esgotos domésticos urbanos, que são lançados no meio ambiente. Podem ser tratados ou não tratados. Cabe aos órgãos ambientais a determinação e a fiscalização dos parâmetros e limites de emissão de efluentes industriais, agrícolas e domésticos.
Bibliografia
MILANI, R. Diagnóstico da Influência da Bacia Hidrográfica na Qualidade da Água do Ribeirão Baguaçu (Araçatuba, SP). Dissertação (Mestrado em Recursos Hídricos e Tecnologias Ambientais) - Faculdade de Engenharia de Ilha Solteira, Universidade Estadual Paulista, Ilha Solteira, abril de 2007.
NUNES, F. P. PINTO, M. T. C. Produção de serapilheira em mata ciliar nativa e reflorestamento no alto São Francisco, Minas Gerais. Ed Biota Neotropical, v 7, setembro de 2007
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